O início do ano marca o retorno de mais de 9 milhões de crianças de até 5 anos às creches e pré-escolas do país, de acordo com dados do Ministério da Educação. Nesse período, é bastante comum que os pais fiquem especialmente preocupados com os pequenos, já que estes têm que se adaptar a uma mudança de rotina e ficam mais expostos ao contato com outras crianças. A pediatra Drª. Paula Sellan explica que, apesar das possíveis dificuldades nesse contexto, não há motivo para pânico. De acordo com ela, algumas atitudes simples podem facilitar a adaptação das crianças e diminuir o risco de contaminação por vírus e bactérias.
A médica ressalta que a volta às aulas ganha ainda mais importância no pós-pandemia, já que representa uma grande oportunidade de ressocialização das crianças. “É muito importante que isso seja retomado de forma segura, para que as crianças tenham desenvolvimento motor, desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento social de acordo com a normalidade”, pontua.
Para tornar a adaptação à nova rotina mais fácil, Drª. Paula aconselha conversar bastante com a criança antes do início das aulas. O objetivo é que ela entenda que vai para um ambiente onde será acolhida, encontrará novas atividades e poderá fazer novos amigos. “Os pais devem reforçar que a escola é importante para o desenvolvimento do filho, e também devem deixar claro que sempre vão estar por perto para dar segurança e apoio”, afirma a especialista.
Cuidados são importantes para evitar doenças infecciosas na volta às aulas
“A maior dúvida dos pais é se a criança vai ficar doente quando entrar na escola”, destaca a pediatra Drª. Paula Sellan. De acordo com ela, os pequenos podem, de fato, ficar doentes com mais frequência à medida em que aumenta a convivência com colegas, já que ficam mais expostos a vírus e bactérias presentes no organismo de outras crianças. Ainda segundo a Drª. Paula, algumas das doenças mais comuns no período escolar são resfriados e diarréias, que são causados por vírus de maior transmissibilidade.
A médica afirma, no entanto, que esse contato com agentes causadores de doenças também é, de certa forma, saudável. “A criança tem que desenvolver a imunidade e, para isso, precisa ter contato com outras pessoas. Aos pouquinhos o sistema imunológico vai amadurecendo e a criança fica bem”, detalha. “Quanto menor a criança, mais comuns são as diversas infecções. Porém, isso é algo controlável e passageiro”.
Apesar de não causarem maiores problemas, algumas doenças comuns também podem ser evitadas com cuidados simples, poupando a criança do desconforto. Drª. Paula Sellan recomenda, por exemplo, lavar o nariz dos filhos várias vezes ao dia, para evitar a proliferação de vírus respiratórios. Incentivar a lavagem das mãos e manter a higiene de materiais escolares e uniformes também são medidas importantes, de acordo com a médica.
Drª Paula ressalta, ainda, que um acompanhamento periódico com o pediatra continua sendo fundamental para que as doenças tenham um impacto cada vez mais brando. Ela explica que, no primeiro ano de vida, os bebês devem passar por uma consulta mensal. A partir de um ano de idade, a visita ao pediatra deve ocorrer a cada três meses. Já para as crianças com dois anos ou mais, as consultas podem ser mais espaçadas. “O contato com o pediatra é excelente para tirar dúvidas. Quando a criança tiver alguma infecção, também é importante que o pediatra acompanhe tudo que está acontecendo. Além disso, as crianças precisam de exames de rotina e o médico sabe o momento adequado para solicitá-los”, explica a profissional.