A obesidade é uma problema que afeta um em quatro brasileiros, segundo dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo ano, 60,3% da população acima dos 18 anos apresentava algum grau de sobrepeso no Brasil. Além dos efeitos diretos que a obesidade pode causar ao organismo, a doença pode acarretar no surgimento de outras complicações.
De acordo com o médico pós-graduado em nutrologia Dr. Ícaro Pereira, o ganho de peso está intrinsecamente ligado a uma simples conta matemática. “Para a pessoa engordar, ela precisa consumir mais calorias do que ela gasta de uma forma constante. Sendo assim, ao longo do tempo, ocorre o acúmulo de gordura e alterações hormonais que pioram a situação do indivíduo”, explica o especialista.
Os problemas comuns associados ao sobrepeso e/ou obesidade são vastos. Entre eles, estão alterações da pressão arterial, glicemia e problemas ortopédicos, como lesões nos joelhos e tornozelos. Além disso, há consequências hormonais, como a diminuição da testosterona, que resultam na redução da disposição, energia e libido, bem como aumentam os riscos de diabetes e até mesmo câncer, devido ao padrão inflamatório causado pela obesidade.
O planejamento para o emagrecimento deve ser encarado como um esforço em equipe, envolvendo o paciente, o médico, o nutricionista e o educador físico. “Não adianta impor um plano rigoroso se o paciente não conseguir segui-lo diariamente. É necessário que a dieta seja adaptada ao estilo de vida e rotina do paciente, para que ele consiga manter um déficit calórico ao longo do tempo. A pressa pode ser a inimiga da perfeição, pois quanto mais agressiva a dieta, mais difícil é a adesão”, alerta Dr. Ícaro.
O médico destaca a importância da atividade física para estimular a massa muscular e aumentar a queima de calorias. Além disso, ressalta a disponibilidade de medicamentos que podem ser úteis, mas que devem ser avaliados individualmente. “Não podemos aplicar uma receita de bolo para todos, pois cada indivíduo tem suas particularidades, efeitos colaterais distintos com as medicações e necessidades específicas. É preciso um atendimento personalizado tanto na questão medicamentosa, na dieta, como também na escolha da atividade física mais adequada para cada pessoa”, esclarece o doutor.
Apesar de demandar um cuidado constante por se tratar de uma doença crônica, a obesidade não exige, necessariamente, o uso de medicamentos indefinidamente, mas sim a manutenção de um estilo de vida saudável, com atividade física regular e um plano alimentar bem ajustado. “Se o paciente estiver bem ajustado nesses aspectos, a necessidade de medicamentos tende a diminuir com o tempo. O objetivo é que o paciente siga, de forma crônica, um estilo de vida saudável”, conclui o especialista.
Por fim, Dr. Ícaro Pereira ressalta que a mudança de mentalidade do paciente é fundamental para alcançar um emagrecimento real e definitivo. “É necessário que o paciente tome consciência da necessidade de emagrecer e esteja disposto a abandonar alguns hábitos prejudiciais. Quando ele tem essa clareza, é mais fácil cumprir o plano alimentar, praticar atividade física e seguir o tratamento com sucesso”, finaliza o médico.
Fonte: Dr. Ícaro Pereira – Médico pós-graduado em nutrologia | https://www.instagram.com/dr.icaropereira/