Nos últimos anos muito tem se falado sobre o surgimento de cidades inteligentes, imóveis mais sustentáveis e a disseminação da construção verde. Embora distintos, esses três temas estão interligados quando o assunto é gerar mais inovação na construção civil.
O mercado que representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto Mundial (PIB) ainda se depara com o desafio de apresentar soluções transformadoras quando o assunto é morar.
Movidas por solucionar problemas reais que as pessoas enfrentam no dia a dia, as startups têm chegado ao setor da construção civil, a fim de resolver mais esse desafio e com isso gerar novos negócios.
Nesse mercado elas são conhecidas como construtechs, startups que tem como seu principal objetivo desenvolver soluções utilizando como base a tecnologia para solucionar problemas em diferentes etapas da construção.
Mesmo frente a um desafio ousado, elas aparecem em número cada vez mais expressivo aqui no Brasil. Segundo um levantamento da empresa Construtech Ventures, são ao menos 500 startups nesse segmento.
Desse percentual, 35% das empresas são focadas em aquisição, 30% em propriedade e uso, 26% em construção e 9% em projeto e viabilidade. Juntas, essas empresas movimentaram apenas em 2019 cerca de R$ 600 milhões de reais em investimento.
Diferente das empresas ‘tradicionais’, as startups são negócios focados em solucionar problemas reais, através de um modelo escalável, repetível e ainda tecnológico, usando em sua grande maioria recursos digitais.
As primeiras empresas nesse modelo começaram a surgir na construção civil por volta do ano 2008. Mais recente elas se popularizaram, com o crescimento do mercado de startups em um geral, e pela forte presença nas rodadas de investimento.
E esse é um movimento que vamos poder continuar observando no futuro, uma vez que a área da construção civil é uma das que apresentam o mais baixo índice de adoção de tecnologia, além de desafios ligados à sustentabilidade e urbanização.
Agora que você já conhece sabe o que são as construtechs, veja a seguir mais sobre as transformações que as startups estão gerando no mercado. Confira:
Como é o funcionamento e as inovações geradas pelas construtechs
De uma forma geral, as construtechs são classificadas em cinco tipos mais populares: as contechs, que cuidam da parte relacionada a obra, de gestão a compra. Seguidas das protechs, responsáveis pela aquisição de propriedades.
Também existem as greentechs focadas em soluções para construções mais sustentáveis. As infra techs, que atuam na digitalização da construção. E por fim, as ebuyers, que compram e revendem imóveis, a exemplo de um loft.
Entre as inovações apresentadas pelas construtechs, podemos destacar a oferta de tecnologia IBM no desenvolvimento dos projetos, impressão 3D com foco na construção civil, bioconcreto para construções mais sustentáveis, além de realidade virtual, internet das coisas e uso de drones.
Embora as construtechs tenham o desafio de gerar promoção da inovação no setor, elas também atuam para solucionar problemas do dia a dia existentes em diferentes pontos da construção civil.
Por isso, construtechs também atuam com aluguel e venda de imóveis, gestão do ambiente de obras, segurança do trabalho, processamento de resíduos, manutenção predial, reforma e decoração, entre outros serviços da área.
Quais são os benefícios gerados pelas construtechs
A popularização das startups no segmento da construção civil se deu principalmente por dois motivos: necessidade da adoção de novas tecnologias e oportunidade para a solução de problemas variados.
Ao trabalhar para atender essas duas frentes, as construtechs têm gerado um impacto, nunca antes visto no mercado. Entre os benefícios já identificados estão a diminuição de custos operacionais e redução dos casos de acidente de trabalho.
Ainda também aparecem o aumento da produtividade e praticidade na prestação de serviços como alguns dos diferenciais das construtechs. Isso sem contar que essas empresas representam o mercado da construção no Brasil quando se fala em indústria 4.0 e transformação digital.
Além das soluções para o dia a dia nas obras, as construtechs permitem aprimorar o processo de gestão de obra, a realização de análises preditivas e o gerenciamento de ativos.
No fim do trabalho, isso resulta na tomada de decisões mais assertivas, proporcionando operações mais rápidas e inteligentes, com um resultado significativo em crescimento de receita.
O futuro do mercado a partir das construtechs
Com projetos mais sustentáveis, inteligentes e com menor tempo de execução, colocar um apartamento para vender deve se tornar uma atividade muito mais rápida e assertiva para as construtoras.
Para continuar fomentando esse movimento nos próximos anos, deverão ser adotadas pelas construtechs, novas tecnologias que prometem tornar a construção uma atividade ainda mais digital.
Entre as novidades estão o uso dos smartphones para relatórios de obra e gestão de tempo, monitoramento de projetos com o uso da inteligência artificial, que permite integrar os KPIs e o andamento das ações.
Ainda estão previstas a digitalização de documentos para uma análise de dados efetiva e em tempo real. Além da popularização do uso de softwares para a gestão de projetos, que facilitem o monitoramento e atenção ao longo das etapas.
O uso dessas tecnologias deve influenciar não apenas no resultado dos projetos em um geral, como na própria organização das empresas do ramo. Efeito que em um médio prazo, deve aumentar a oferta de emprego e necessidade de mão de obra qualificada para atuação.
Com uma melhoria na gestão do tempo, o monitoramento e rastreamento das equipes devem ser uma das novidades na rotina de trabalho das empresas. Isso deve permitir a realização de um trabalho mais objetivo e também a notificação e redução de acidentes em campo de forma mais efetiva.
A chegada do digital também deve possibilitar outra novidade, agora relacionada a colaboração entre os participantes de um mesmo projeto. A conexão entre eles deve reduzir a falta de comunicação e estimular o surgimento de novas ideias e soluções inovadoras.
Por fim, a parte burocrática envolvendo contabilidade, gestão de pessoas e o financeiro devem ser digitalizadas, possibilitando mais controle e autonomia nos processos de decisão. Curtiu? Compartilhe em suas redes sociais!