Microfranquias, popularmente conhecidas como “franquias baratas“, são as redes que demandam um investimento inicial mais baixo. A Associação Brasileira de Franchising (ABF), acaba de revisar esse valor, que teve um aumento de 15%: com isso, o teto passou de R$ 90 mil para R$ 105 mil. De acordo com a entidade, o Banco Mundial determina que o valor máximo de uma microfranquia corresponda a três vezes o PIB anual per capita do país.
Durante a ABF Franchising Week, que acontece virtualmente até a próxima sexta-feira, a ABF apresentou alguns dados sobre as 10 maiores microfranquias em operação no Brasil. A entidade também revelou que 92% das buscas por franquias na internet atualmente são por microfranquias com investimento de até R$ 100 mil.
As redes mais enxutas já são maioria entre as marcas associadas à entidade: 69% do total. Destas, 55% operam apenas com o formato de investimento inicial reduzido. A maior microfranquia do país em número de unidades é a Pit Stop Skol, da Ambev, com 1866 unidades, seguida pelo Kumon, com 1585, e Acqio, com 1036. (Confira a listagem completa no fim da matéria)
Alimentação e Serviços e Outros Negócios são os segmentos mais representativos, com 29% cada. Quase a totalidade das 10 maiores microfranquias (93%) tem sede em São Paulo e apenas 10% têm mulheres na liderança. Home Based e Lojas são os formatos dominantes, com 30% cada. Três redes da lista têm menos de dois anos de mercado, e apenas uma tem mais de dez anos.
Participaram do painel da ABF sobre microfranquias: a diretora de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da entidade e fundadora da Nutty Bavarian, Adriana Auriemo; o coordenador da Comissão de Microfranquias da ABF e fundador da Maria Brasileira, Felipe Buranello; Júlia Shirowia, do Kumon; Guilherme Piccolotto, da PitStop; Raphael Brito, da SolarPrime; e Juliana Pitelli, da Maria Brasileira.
Durante todo o encontro, os empreendedores reforçaram que “microfranquia não significa ser ‘microfranqueador’ ou ter ‘microrresponsabilidade'”: o que determina o formato é apenas o valor de investimento inicial, mas o franqueado deve contar com as mesmas seguranças jurídicas previstas na Lei de Franquias.
Confira a seguir alguns dos segredos que fizeram as redes crescerem acima da média ao longo da pandemia.
1. A conseguiu surfar na maior demanda por higienização de ambientes, o que a fez crescer 40% em 2020. A rede também teve uma forte demanda de empreendedores fora do país – 9% das unidades abertas foram por brasileiros morando no exterior. Para Pitelli, quem quer expandir não pode focar apenas na abertura de novas franquias. “O crescimento está atrelado à manutenção das franquias existentes”, afirmou. .
2. A expansão por multifranqueados foi um tema mencionado por diversas marcas. Ao optar por empreendedores que já conhecem muito bem o modelo do franchising, a rede promove um crescimento orgânico e mais consistente.
3. Inovação na oferta de produtos e serviços; transformação digital, com ensino à distância; novas ferramentas para expansão, escolha e análise de ponto; treinamento e acompanhamento de novos franqueados. Essas foram algumas das estratégias que ajudaram o Kumon, a mais antiga da lista, a continuar se expandindo em 2020.
4. A Pit Stop Skol encontrou um mercado consumidor mais favorável ao longo da pandemia, o que inspirou a abertura das lojas de conveniência também fora de postos de gasolina. Também em 2020, a rede redesenhou o branding, reviu o perfil do franqueado e se preparou para ampliar o suporte fornecido aos empreendedores.
5. A SolarPrime, especializada em energia solar, cresceu mais de 60% em número de unidades entre 2019 e 2020: hoje, são 315 franquias. Durante a expansão, a preocupação da rede, segundo Brito, foi garantir um atendimento e apoio de qualidade para o franqueado, ajudá-lo a buscar um bom desempenho na unidade e assegurar a satisfação dos clientes.