As doenças cardiovasculares são as que mais matam no Brasil e no mundo. De acordo com dados [1] da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 400 mil pessoas morrem todos os anos, em nosso país, devido aos problemas cardiovasculares. Isso representa cerca de 30% do total de óbitos, ou mais de mil mortes por dia. A SBC também estima que cerca de 14 milhões de brasileiros vivem com alguma doença do sistema circulatório. Apesar de perigosos, esses problemas de saúde frequentemente acabam negligenciados, já que só costumam provocar sintomas quando chegam a estágios bastante graves.
O cardiologista Leandro Franco explica que as doenças cardiovasculares mais comuns são a hipertensão (mais conhecida como pressão alta), o infarto e o AVC. As duas últimas são complicações de um mesmo problema: a aterosclerose, que consiste no acúmulo de gordura nas paredes das artérias. A dislipidemia, quadro em que colesterol e/ou triglicérides ficam em níveis altos, também é muito comum. “Essas doenças são bastante relacionadas entre si e também com a obesidade”, pontua o médico.
Ele destaca que a dislipidemia pode causar entupimentos em vasos sanguíneos de todo o corpo sem causar nenhum sintoma por longos anos. A doença só aparece, então, quando causa complicações graves, como angina, infarto ou AVC. A hipertensão também pode seguir o mesmo caminho, mas em alguns pacientes (menos da metade) causa sintomas como indisposição, dor de cabeça, formigamento e dormência no rosto e nas extremidades, tonturas e até sensação de pressão no peito.
“As doenças mais comuns não causam muitos sintomas. Por isso, não devemos esperar sentir alguma coisa para fazer um check-up”, diz Dr. Leandro. O médico lembra que a importância das consultas e exames de rotina é ainda maior para o paciente que apresenta fatores de risco cardiovascular, como tabagismo, obesidade, histórico familiar de infarto ou AVC e sedentarismo. O objetivo dessas visitas ao cardiologista é identificar o quanto antes alguma doença crônica, para que o tratamento correto possa ser iniciado, com mudanças de hábitos e medicações de boa qualidade. “Não espere sua saúde se debilitar para procurar ajuda, se cuide hoje para que ninguém precise cuidar de você no futuro”, alerta Dr. Leandro Franco.