O Brasil comemorou 12 anos de cirurgia robótica em 2020. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, houve um crescimento de 60% no emprego da cirurgia robótica no ano passado, tendo como parâmetro os anos de 2017 e 2018.
A prática da cirurgia robótica tem sido bastante difundida em nosso país, principalmente no Estado de São Paulo. Usada por diversas especialidades como a urologia, ela é utilizada no aparelho digestivo para cirurgia de câncer, em pacientes com obesidade e IMC maior que 45 até 60, ou em cirurgias nas pequenas extensões do corpo. Para esse último tópico há como exemplo a área da pelve, que é uma circunferência menor do abdômen, onde o acesso da mão ou da videolaparoscopia é muito restrito, sendo assim, o robô chega muito bem.
“Além disso, a cirurgia robótica é utilizada na parte do corpo humano onde há a transição do tórax com o abdômen. Temos como exemplo as cirurgias de refluxo”, explica o Dr. Fernando Furlan, cirurgião do aparelho digestivo, que completa: “As hérnias do abdômen, algumas mais complexas, da qual necessita secar o tecido com mais delicadeza, a cirurgia robótica tem se mostrado bastante benéfica.”
Principais vantagens
Há como confrontar a cirurgia robótica não só com a convencional, aquela que tem corte. É possível compará-la com a videolaparoscopia, um tipo de cirurgia que já é considerada um avanço na medicina.
A cirurgia convencional requer cortes grandes. Manipulação em cortes gigantes afetam camadas de músculos, de pele, bastante manipulação de muitos órgãos e tudo isso gera mais dor ao paciente.
“O paciente com dor respira menos, pois parte da respiração é abdominal e ele tem mais chances de ter pneumonia no pós-operatório, e atelectasia, que é um pulmão comprimido por não ventilar muito bem já que a ventilação fica curta devido à dor”, aponta o cirurgião.
O paciente que passa tanto pelo procedimento da cirurgia videolaparoscópica quanto a robótica só tem a ganhar, pois haverá em seu corpo uma menor manipulação, já que os cortes são pequenos, ou seja, furinhos feitos para a entrada das pinças. Com menos dor no pós-operatório o paciente respira melhor, irá mais rápido ao banheiro mostrando que o digestivo está funcionando melhor. Tudo isso faz com que ele tenha alta precoce. Sendo assim, não fica tantos dias internado para avaliação do trato digestivo e para controle da dor.
Em relação à videolaparoscopia e o robô, além de mais delicadeza e maior precisão na cirurgia, a cirurgia robótica é muito mais ergonômica, ou seja, o médico fica numa posição mais confortável. Ele cansa menos e tem menor chance de erros.
Tecnologia que veio para ficar
A cirurgia robótica está em expansão, isso em todo o mundo, são infinitas as possibilidades com essa tecnologia. Não há por que ter medo do procedimento, pois o médico estará sempre ao lado do paciente. Ele permanece na mesma sala cirúrgica e com outro cirurgião em campo, esse também paramentado e pronto para operar o paciente, caso haja algum problema com o robô que possui um ótimo sistema de segurança.
“A cirurgia é totalmente monitorada, com equipe de plantão e com total segurança para o paciente. Parte dela fica paramentada e a outra do lado fora. O robô não opera sozinho. Ele é uma forma de o médico ter mais precisão dos movimentos”, finaliza o Dr. Fernando Furlan.