As varizes são um problema que atinge em média 38% dos brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. A incidência é maior entre as mulheres (45%) em relação aos homens (30%), mas ainda mais prevalente entre os idosos. A estimativa é de que 70% das pessoas acima dos 70 anos possuam varizes. Segundo a cirurgiã vascular Dra. Letícia Costa, há três tipos varizes que recebem nomes diferentes de acordo com o calibre.
“Telangiectasias são os vasinhos de até 1mm de diâmetro, azulados ou avermelhados que ficam na camada mais superficial da pele. Reticulares ou microvarizes são vasos dilatados e tortuosos, que podem estar associados às telangiectasias, que medem de 1mm a 4mm e ficam abaixo da pele, no tecido gorduroso. Já as varizes são vasos dilatados com calibre superior a 4mm, já fazem relevo na pele e estão mais associadas a sintomas”, explica.
O tratamento é diferente para cada uma delas, de acordo com a especialista. “No caso das telangiectasias, um tratamento excelente é a associação do laser transdérmico com a escleroterapia. Para microvarizes, podemos fazer uma microcirurgia de varizes ou mesmo a associação do laser transdérmico com algum esclerosante líquido ou espuma. Já para as varizes calibrosas, além da cirurgia tradicional, pode ser feito tratamento com espuma e, em alguns casos, termoablação com endolaser”, esclarece a Dra. Letícia.
A cirurgiã vascular também ressalta a importância de iniciar o tratamento logo no início das varizes. “Varizes não têm cura por ser uma doença de caráter genético. Portanto, é uma doença crônica que evolui ao longo dos anos e pode complicar. É fundamental o tratamento nas fases iniciais para evitar complicações como alteração da pele, úlcera, trombose e flebite.”
Apesar de serem comuns e não haver cura, os pacientes devem cuidar das varizes para evitar complicações. “Além do risco de uma trombose, tromboflebite e até mesmo ruptura dessa variz com uma varicorragia, a doença evolui e pode desencadear uma úlcera em região de tornozelo, dolorosa e de difícil cicatrização”, alerta.
Por fim, a Dra. Letícia enfatizou a importância de considerar fatores que podem favorecer o surgimento e o agravamento da doença: “Apesar de ser uma doença genética, alguns fatores favorecem o desenvolvimento das varizes e alguns desses podem ser melhorados, como mudanças no estilo de vida. Fazer atividade física regularmente, controlar o peso e evitar longos períodos na mesma posição são medidas que vão ajudar na prevenção”, conclui a especialista.