A crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus impactou todos os setores da economia, principalmente aqueles que dependem de atendimento presencial para monetizar seus produtos e serviços, como é o caso do mercado de eventos.
A Associação Brasileira de Empresas de Eventos prevê que o impacto negativo da crise no faturamento de 2020 gire em torno de R$ 80 bilhões, considerando eventos que foram cancelados nos meses de abril e maio devido às medidas de distanciamento social como tentativa para conter o alastramento da Covid-19. Assim, com feiras e eventos suspensos, organizadoras de eventos têm inovado e estudado estratégias para estruturar novos modelos de negócio para o setor.
“O mercado de eventos, formado em grande parte por empresas micro, pequenas, médias empresas com estruturas familiares, foi um dos primeiros a vivenciar a retração da economia. De toda maneira é um bom momento para que esse mercado se redesenhe. Quando a gente retornar ao novo normal, a minha opinião é que os eventos presenciais vão continuar com força e relevância cada vez maior, mas a tecnologia vai fazer parte do processo de construção de todos os eventos daqui para a frente”, contextualiza Rodrigo Cordeiro, hoje CEO da RCordeiro Consultores e Vice-Presidente do São Paulo Convention & Visitors Bureau.
A nova fase do mercado de eventos vem acompanhada do uso de ferramentas tecnológicas – como aquelas voltadas para os eventos híbridos e online, como as lives e webinars, por exemplo – que já existiam, mas hoje ganharam força gigantesca. Além disso, esse novo mercado também conta com a implementação da inteligência estratégica tanto na produção de eventos quanto na forma de gerar conteúdos, tendo como objetivo alcançar o público-alvo.
De acordo com o especialista, nesse sentido, abre um novo mercado de estratégia em eventos baseado em ciência de dados, pois compete ao organizador provocar os encontros entre as pessoas certas dentro dos eventos que realizam. É preciso saber por que o evento existe; e para quem ele é feito. Com isso, é possível desenhar o necessário para ter pessoas que se interessem por ele.
“Os estrategistas para mim são os profissionais do futuro do mercado. As pessoas que saibam conectar experiências nas fases pré, durante e pós-evento, e ainda interligar com a próxima edição do evento para que não haja ciclos de rompimento da comunicação daquele evento dentro da comunidade tão logo ele se encerre. A solução não está em tecnologia(s) mas sim na formulação de uma estratégia digital 360°. Esse é o segredo”, explica Rodrigo.
Fonte: Sebrae